A demanda energética do Handebol






Handebol - História e regras - InfoEscola

O handebol como toda modalidade esportiva coletiva requer um fornecimento misto de energia, onde a própria combinação dos esforços realizados durante o jogo permite o envolvimento das três vias metabólicas. Assim, o trabalho intermitente é acompanhado de menor fadiga e permite uma maior intensidade de exercício durante os períodos ativos (EDER; HARALAMBIE, 1986). Para os jogadores de modalidades esportivas coletivas e, em especial para os jogadores de handebol, o menor efeito de fadiga e a possibilidade de maior intensidade são aspectos importantes do trabalho intermitente.

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Em modalidades esportivas coletivas, as movimentações se tornam complexas para a análise das variáveis fisiológicas, pois, estas movimentações apresentam várias combinações com e sem domínio de bola (ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002).

Mais; Galvão; Ribeiro (1989) e Santos (1989) observando a movimentação realizada por jogadores de handebol verificaram a presença de movimentações de alta, média e baixa intensidade, sendo freqüentes a realização de sprints (ex. contra-ataque) sendo esses caracterizados como movimentos de alta intensidade. Em ataques organizados e substituições, por exemplo, os jogadores realizam movimentações de média e baixa intensidade. Assim, apresenta uma formação "mista" de energia, onde o conhecimento das fontes de energia apresenta grande significado para o técnico e preparador físico, pois as mesmas podem influenciar na técnica e tática dos jogadores (EDER; HARALAMBIE, 1986).

Uma vez que boa parte da movimentação dos jogadores de handebol envolve esforços bastante intensos e de curta duração, pode-se concluir que a capacidade anaeróbia alática tem grande importância para o jogador de handebol (ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002). O metabolismo anaeróbio parece ser tão importante para os jogadores de handebol quanto para os velocistas. Sabendo-se que o handebol é um esporte com períodos curtos de exercícios de alta intensidade alternados com repouso, o metabolismo anaeróbio parece ser altamente relevante para a performance (RANNOU et al., 2001). No entanto as outras vias energéticas possuem grande importância: a anaeróbia láctica possibilitando a realização de esforços submáximos e de média duração e a oxidativa que possibilita esforços de baixa intensidade e prolongados e a recuperação das fontes anaeróbias.

Devido à organização do jogo citada anteriormente, a demanda energética certamente é diferente para cada posição assumida por um atleta, bem como, para a mesma posição a demanda pode variar de um jogo para outro (ELENO, BARELA, KOKUBUN, 2002), sofrendo influência também da movimentação em quadra, do estilo e da estratégia do jogador (BANGSBO apud ELENO, BARELA, KOKUBUN, 2002).

Na realização de modalidades esportivas coletivas em que há a manipulação de bola, além do deslocamento necessário e que geralmente inclui corridas, os atletas executam outras atividades que também requerem energia, tais como as mudanças de direção, as desacelerações, os saltos, os arremessos, as acelerações, as interceptações, as paradas bruscas, etc. De acordo com Bangsbo e Sbragia (apud ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002), essas atividades características do esporte impõem maior demanda fisiológica ao custo energético da corrida.

Durante uma partida de handebol são executados diversos deslocamentos, nas diversas direções. Mais; Galvão; Ribeiro (1989) apresentam valores médios e tipos de deslocamentos realizados pelo lateral direito júnior.

A predominância é do deslocamento frontal, o que pode ser explicado pelo fato de o mesmo facilitar a velocidade e melhor visualização do campo de jogo e, conseqüentemente, melhor colocação. Em outras direções a predominância se dá na defesa devida as ações que são realizadas pelos jogadores nesta fase de jogo. Segundo Reilly (1997) a ocorrência das diferentes direções de deslocamento em uma partida de futebol se faz de forma semelhante.

A corrida na ausência da manipulação de bola é a maneira mais rápida para se movimentar, no entanto, o deslocamento em posse de bola favorece a obtenção de gols, objetivo principal do jogo. De acordo com dados do Comitê Olímpico Espanhol apud Eleno, Barela, Kokubun (2002), são percorridos durante uma partida de handebol, 4152 metros, dos quais 4114 metros sem a posse de bola e 37 metros com posse de bola.

Outras situações que impõem demanda energética acima da necessária são apresentadas na tabela 3.

Conforme os dados apresentados na tabela 3, as atividades mais freqüentes e que aumentam consideravelmente a demanda energética são as mudanças de direção e do ritmo de corrida.

Delamarche et al. (1987), verificaram que durante uma partida de handebol a FC apresenta-se de forma irregular. Os autores verificaram valores que variavam de 160 a 180 batimentos por minuto (bpm). Ainda colocam que o diagrama da FC foi bastante excêntrico e o resultado devido a constante alteração no ritmo inerente ao handebol. De modo geral, em uma partida de handebol, a FC pode alcançar valores entre 80% e 85% da FCmáx (ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002; LOFTIN et al., 1996).

Eder; Haralambie (1986), demonstram que em pesquisas realizadas, 60% dos jogadores de handebol do sexo masculino, apresentam valores de concentração de lactato acima do limiar aneróbio (LAn), podendo ser encontrados valores entre 9 e 12 mM, principalmente no segundo tempo de jogo. Ainda segundo os autores, após 8 ou 10 minutos do término da partida os valores apresentavam-se abaixo de 2 mM, demonstrando que os mesmos dispõem de uma alta capacidade de recuperação (oxidação de ácido lático).

Os jogadores mais ativos produzem e toleram altos níveis de lactato e eliminam totalmente o excesso durante o período de descanso, após 10 minutos do fim do primeiro tempo de jogo os níveis de lactato retornaram ao normal (DELAMARCHE et al, 1987), demonstrando que, jogadores bem treinados apresentam alta capacidade de recuperação aeróbia.

Jogadores bem treinados apresentam valores de VO2máx de aproximadamente 59 ml.kg.min (ELENO, BARELA, KOKUBUN, 2002), sendo o bom funcionamento do metabolismo aeróbio que garante a recuperação das fontes anaeróbias (SANTOS, 1989), demonstrando que, os jogadores de handebol devem ter capacidade aeróbia desenvolvida, apesar da importância do processo anaeróbio, para que possam manter as características da intensidade de esforço durante a partida e possua uma maior eficiência na remoção do ácido lático.

No entanto, a utilização da mensuração do VO2máx para inferir o gasto energético de jogadores de handebol é complicada e alguns cuidados devem ser observados. Os atletas mais ativos durante uma partida de handebol, nem sempre são os que possuem maior capacidade aeróbia, e pode ser em decorrência da falta de especificidade do teste e do protocolo utilizado, uma vez que, exercício contínuo e progressivo na bicicleta ergométrica, por exemplo, contrasta com o ritmo irregular do handebol (DELAMARCHE et al, 1987). 

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Publicado em 21/07/14 e atualizado em 11/07/17



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A demanda energética do Handebol A demanda energética do Handebol Editado por Dani Souto Esporte Educacional on 10:28 Nota do Post: 5

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